JÁ ESTAMOS EM UM APOCALIPSE ZUMBI

Imagine um vasto deserto pós-apocalíptico, onde os zumbis vagueiam sem destino, famintos e incansáveis. Eles percorrem quilômetros em busca de carne, movidos pelo instinto primal de sobrevivência. Da mesma forma, os humanos de hoje, com seus celulares em mãos, passam horas rolando infinitamente pelos feeds das redes sociais, em busca da próxima dose de dopamina, o combustível invisível de sua distração.

Assim como os zumbis, que andam com um olhar vazio, mas atentos a qualquer sinal de carne, os humanos modernos estão constantemente à procura de algo que chame sua atenção. No entanto, a semelhança vai além: esses zumbis não são tolos. Eles podem perceber quando algo parece ser uma armadilha e, instintivamente, desviam seu caminho, continuando sua busca incessante por carne segura e desimpedida. Os humanos, da mesma forma, possuem uma aversão instintiva a tudo que lhes parece uma venda forçada. Ao detectar um anúncio disfarçado de conteúdo, o dedo desliza para cima, e o potencial cliente se perde na vastidão digital.

Os zumbis, ao verem uma carne aparentemente fácil demais, suspeitam de uma armadilha e continuam andando. Analogamente, os humanos, ao se depararem com anúncios disfarçados como posts ou dicas óbvias de Instagram, seguem rolando a tela, buscando algo mais genuíno, algo que não carregue a evidente marca da venda.

Para realmente capturar a atenção desse humano “zumbi”, é preciso uma abordagem despretensiosa. O conteúdo deve ser tão diferente de tudo o que já foi visto que o humano se sinta irresistivelmente atraído, como se tivesse encontrado um oásis de autenticidade no meio do deserto digital. Esse conteúdo precisa gerar a sensação de que, se for ignorado, talvez nunca mais seja encontrado algo tão relevante novamente. É esse sentimento de exclusividade e descoberta que desvia o humano de seu caminho rotineiro, direcionando-o para o funil de vendas cuidadosamente planejado.

A moral dessa história é clara: os anúncios não devem ter como objetivo final a venda direta. Seu verdadeiro propósito é criar um estrondo, chamar atenção massiva e, acima de tudo, desviar o percurso das pessoas. É fazer com que, por um momento, elas abandonem seu trajeto habitual e entrem no caminho que você preparou para elas. Em um mundo onde todos são zumbis digitais em busca da próxima dopamina, a chave está em ser o som alto e inesperado que as faz parar e prestar atenção.

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